domingo, 21 de março de 2010

...Pra quem vem , digo eu já fui ! ( escolhas )

Arrasto o passado ao futuro
Para saber quem sou
Arrasto o futuro ao horizonte
Para saber aonde vou
Arrasto, em círculos
Como um asno parado
No presente que se esquece
Como convém que se faça
Quando a mentira é tão grande
Que pensar não compensa

Que se dirá da besta
Que ousar ser honesta?
Soltar os arreios
E observar tudo isso
De uma fresta
[quadrada?

Tanto faz o fato do formato
Dum astro que nunca serviu
Para nada senão horrorizar
Iluminando caminhos turvos
Da escravidão preventiva
Ou da prisão definitiva

Serão todos o mesmo dia
E em todos as mesmas cenas
De uma mesma comédia
Pois que gracejo do destino!
Se enganou quem apostou
Que nunca haveria escolhas

André Díspore Cancian

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