quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Grãos


A esperança da ignorância Mantém o acaso vivo na dor Se ousasse qualquer certeza Isso me seria de certo letal Um grão dela que fosse Traria a paz que temo e amo Temo porque não sei Amo porque sofro Oprimido pela ignorância Em face à finitude Deixo cair os grãos As minhas verdades Este pó que são minhas certezas Perde-se nas dunas da ignorância Os montes de ignorância Que o vento me joga à face Mas sempre que percorro a praia Recolho algum grão leve Algum que me agrade Pondo em minha face Um efêmero sorriso...

André Díspore Cancian

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